A Saga do Pobre Azeiteiro
Andava entretido e alegre, o feliz azeiteiro.
Misturando óleo, para a venda render.
Vamos então, que não à tempo a perder!
Garrafas e garrafões, cuidadosamente colocados no seu humilde carrinho, dando ideia de poucos trocados.
As ruas da cidade percorridas, em ânsia de amealhar. Há que fazer dinheiro, pois precisa de poupar!
Não pode chegar a casa com azeite por vender.
Sinal de fracasso pois o dinheiro tem mesmo que crescer; e vender pouco?
Não pode acontecer!
Campainha aqui. Campainha ali.
-Viva freguesa! Olhe o que trago para si! Um Azeite especial e tradicional.
Uma coisa muito boa! E olhe que não encontra igual!
-Senhor Beltrão! Eu digo que não! O último que comprei sabia a sabão!
Levou-me um conto de réis e não gostei. Devolva mas é o dinheiro! Porque, rica não Sou!
Pobre azeiteiro, conhecido ficou. Para bem longe abalou.
Sob ameaça de catana. Ou não devolvesse o dinheiro, que enganando roubou.
Antigamente era usual comprar o azeite aos azeiteiros que vendiam de porta em porta.
Hoje com as grandes superfícies comerciais as coisas processam-se de maneira diferente.
Esta e muitas outras tradições foram-se perdendo e hoje dificilmente detectamos as substâncias contidas nos produtos que adquirimos.
Lembro-me do sabor do azeite que era adquirido desta maneira. No entanto, nem todos tinham qualidade, tal como é demonstrado nesta história.
Paulo Gonçalves
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