A formiga
resmungona andava a trabalhar.
O Inverno
aproximava-se e tinha que amealhar.
Apareceu-lhe
o formigão para lhe falar.
- Olhe lá
dona formiga, temos um banco alimentar.
- O que é
isso? Perguntou.
- Muito
simples, quanto mais deposita, mais o alimento duplica.
- Isso é
óptimo vamos lá começar!
Sem medos
foi entregando os alimentos ao formigão.
Ao fim de
seis meses esperava então o juro alimentar.
O formigão,
muito gordo, fê-la espantar.
- Mas então?
Que é do meu alimento?
- Olhe, tive
que arrecadar. Trabalhou tanto que não o consegui carregar, por isso fui
comendo para me aliviar.
- E agora?
Quero o meu alimento!
- O seu
alimento, irei entregar. O juro, não posso pagar, pois foi recompensa por, o
arrecadar.
- Maldito!
Tanto que trabalhei devia ter o dobro.
- Não seja
gananciosa. Tudo se ia estragar.
- Não
interessa, ficava com a despensa a abarrotar.
- E depois?
- Atirava ao
mar e voltava a trabalhar.
- Prefere
então estragar ao invés de matar-me a fome?!
- Pois, não
queres trabalhar.
- Isso é
falso. Pois não tive que guardar?
- Não
adianta, contigo não quero falar. Estás-me a arreliar.
De imediato
uma ventania se levantou que pela casa entrou e em todo o alimento pegou.
- Veja
formiga tudo se perdeu! Por sua culpa! Agora vou ter que trabalhar!
- Pois! Eu
também! A culpa é sua que não cumpriu a sua palavra e em si confiei!
- Bem agora
não podemos fazer nada a não ser trabalhar se quisermos sobreviver.
E lá foram
ambos trabalhar! A ajuda, mútua não puderam dispensar. Talvez tenham aprendido
que quem tudo quer, tudo perde e a conquista não poderá vingar quando cada um, honestamente, não deseja trabalhar.
Paulo
Gonçalves
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