Destino Cruel
Ao ser maior
Ao ser mulher
Toca o despertador
São seis da manhã
Maria levanta-se num grande afã
Depois da noite mal dormida
Prepara para a família, a comida
Mal consegue almoçar
Pois tem que na ribeira estar
À hora marcada para trabalhar.
Recebe poucas moedas
Dá para, os filhos, a fome matar
As lágrimas do rosto
Consegue enxugar
Chega a casa de rastos
Tem bebedeira para aturar
Deita-se na cama
Completamente arrasada!
O marido não quer
Saber dela para nada
Tem que dormir
A labuta volta de madrugada.
Destino cruel
De mulher mal amada
Paulo Gonçalves
Ao ser maior
Ao ser mulher
Toca o despertador
São seis da manhã
Maria levanta-se num grande afã
Depois da noite mal dormida
Prepara para a família, a comida
Mal consegue almoçar
Pois tem que na ribeira estar
À hora marcada para trabalhar.
Recebe poucas moedas
Dá para, os filhos, a fome matar
As lágrimas do rosto
Consegue enxugar
Chega a casa de rastos
Tem bebedeira para aturar
Deita-se na cama
Completamente arrasada!
O marido não quer
Saber dela para nada
Tem que dormir
A labuta volta de madrugada.
Destino cruel
De mulher mal amada
Paulo Gonçalves
Que espectáculo de poema. Sóbrio, objectivo, realista.
ResponderEliminarFantásticamente bem escrito. Genial, não admira que tenha sido o mais comentado.
Epá, Paulo, escreves mesmo muito bem!
ResponderEliminarQUE POEMA ESPECTACULAR
ResponderEliminarBeleza de poema
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