EM 2023 O BLOGUE VAI CONTINUAR A MARCAR A SUA LEITURA ENTRE TANTAS OUTRAS COISAS.
UM BLOGUE TEMÁTICO E CULTURAL
SEGURANÇA DE TEXTOS E DE TODOS OS TRABALHOS

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

LIÇÃO DE VIDA

O João era um menino humilde. Vivia com os pais e o irmão, numa aldeia na encosta da Serra do Marão. Viviam da pastorícia. Que não sendo um meio de vida abastado, iam arrecadando o pão de cada dia.
Terminadas as férias do Natal, chegava o dia de voltar à escola. Esta ficava localizada a cinco quilómetros, que diariamente, fazia a pé. Este regresso não seria igual, por ter recebido dos pais, a desejada bicicleta, de presente de Natal.
O deslumbre do olhar, se perdia no horizonte. Porém, isso não compensava o esforço que consumia, ao percorrer essa distância, que tanto o afligia. De mochila às costas, e sacola no ombro, onde uma merenda levava. Lá ia o João, em cima da bicicleta. Mal se continha de tanta alegria, e caminho fora assobiava. Enquanto a bicicleta rolava! Rolava...
A paisagem estava gelada.
As nuvens, mesmo ali ao lado corriam.
O fumo das lareiras, com a neblina,
se confundiam.
O calor das chamas saltitantes por elas
criada,
roubavam ao frio a graça de firmar a geada.
Caminho empedrado, e pelos anos polido.
Murado de xisto e ladeado de castanheiros.
Em redor destes, emergiam azevinhos verdes,
e bagas coloridas, de vermelho garrido.
Que escondiam a nudez dos seus troncos.
Pela folhagem caduca que haviam perdido.
Serra a baixo....
Do verde, surgiam salpicos,
plantados, no alto das colinas,
de casas grandes e pequeninas.
Umas de telhados escuros.
E outras de paredes branquinhas.
Os farrapos de neve fininha,
suspensos nas árvores decoravam,
cenários pintados pela natureza.
Que o Dezembro lhe emprestava.
A imensidão de tanta beleza
O gado seguia-o. Até que rumo aos pastos encontrava. À tardinha quando o sol descia, era vê-lo de regresso a casa, onde pernoitava, até novo dia.
Era Sábado. De manhã cedinho partiu na bicicleta com grande euforia. Desbravando recantos, que não conhecia. Vivendo, a liberdade do espaço e no tempo, que esta lhe concedia.
Até que ouviu algo estranho, vindo de trás de uma sebe, e correu a ver o que se passava.


A continuar brevemente. Raízes M/Peniche

Sem comentários:

Enviar um comentário