PENICHE – “ A TERRA PROMETIDA”
No início do século passado, Sagres era uma terra inóspita, sem meios de sobrevivência no sector pesqueiro.
Peniche era apontada como detentora de um bom Porto de Pesca. A sardinha era o primeiro alimento das famílias e “A fome era o prato forte do povo”. Na verdade, Peniche tinha um grande potencial: O mar!
Dizia o Almocreve: - ”A sardinha prateada vale feijão e farinha!”
Anunciava o povo: - “Na fábrica do Fialho enlatam as sardinhas e mandam para fora”.
As notícias correram e os fluxos migratórios cresceram vertiginosamente.
Estas palavras soaram ao ouvido do António, como se Peniche fora “A terra prometida”.
Fez-se ao mar, pois tinha um filho a sustentar e os que mais viessem!
A viagem foi tão longa que perdeu a noção do tempo que levou a chegar. Enfrentou o mar bravio. Chegou vivo e a navegar dentro de uma dúzia de tábuas.
O António saltou a terra e logo foi rodeado pelos curiosos da praia. Olhou em seu redor e disse para quem o quis ouvir: ”Venho do Algarve e estou a gostar desta terra para viver, vou comprar uma casa”.
“O homem veio do Algarve e vem esfomeado pela certa. Onde tem ele dinheiro para comprar uma casa?!” – Cochicharam os que notaram a pobreza que mostrava.
Volvidas duas horas, o António voltou à ribeira. Trazia consigo um papel, no qual constava a compra de uma campa no cemitério local.
António não foi afortunado. Porém, comprou a sua casinha, onde ainda hoje mora.
Raízes - M/Peniche
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