“Conto de Natal”
“Mágica Maresia”
A dor, o frio
e a tristeza, marcavam aquela esquina sombria.
Aquele saco
que se rompera deixara a descoberto os objectos que deram tanta alegria noutros
Natais.
Indignado e
triste, conseguiu olhar de soslaio para o seu amiguinho coelho já desbotado.
- Então Job!
Porque nos fizeram isto? Porque estamos aqui?
- Meu
ursinho inocente! Não vês que já não nos querem?
- Não?
- Não! Esta
noite é Natal e o nosso antigo dono terá novos brinquedos. Nós estamos gastos!
Já não servimos para nada!
- Não! Não
acredito! Ele gostava tanto de mim! Quero voltar para a minha cama quentinha!
Dos olhos do
pobre urso rolavam lágrimas de profunda tristeza e abandono.
- Tenho
frio! Achas que algum menino ainda nos quererá? – Questionou.
- Deixa-te
de ilusões! Daqui vais para a lixeira! – Disse o coelho…Vá não chores, acontece
a todos.
Nesse
preciso momento foram invadidos por uma enorme luz. Assustados tentaram
esconder-se.
- São os
homens da limpeza! Disse o urso.
- Chegámos
ao nosso fim! Disso o coelho abraçando-se ao seu amiguinho.
Porém a luz
cada vez mais forte aproximou-se deles, falando-lhes…
- Olá! Não
tenham medo! Sou vosso amigo! Tenho um convite a fazer-vos!
Ambos
olharam estupefactos para aquela luz que falava. Afinal a luz tinha um rosto e
uns olhos com um brilho muito especial.
- Mas tu és
um bebé! Disse o urso.
- Sim sou.
Chamo-me Emanuel.
- De onde
vens? – Questionou o coelho.
- O meu pai
enviou-me para dar alento, felicidade e amor a toda a humanidade.
- Mas nós
não somos humanos! – Responderam em uníssono.
- Mas
poderão dar felicidade a muitos meninos que nada têm.
- Isso seria
óptimo! Mas como será isso possível?
- Venham
comigo!
De imediato
foram invadidos por uma luz intensa que os levou aos céus. Voaram sobre várias
terras e por fim chegaram a uma com as casas muito pobres e onde as crianças
brincavam na rua, quase sem roupas.
- E agora?
Perguntou o urso.
- Agora
serão lançados para que aquelas crianças os apanhem premiando-as com felicidade
por terem, finalmente um brinquedo.
E assim aconteceu.
As crianças corriam nas ruas, apanhando os seus brinquedos. O urso e o seu
amiguinho coelho, invadidos pela alegria, despediram-se do seu amigo Emanuel.
- Adeus!
Adeus! Grande amigo! Salvaste-nos!
- Adeus
amiguinhos! Apenas cumpri a vontade do meu pai que me enviou para dar alegria
ao mundo! Fui anunciado pelo anjo e os anjinhos do mundo são as crianças. Que
nenhuma delas chore por não terem um brinquedo. Feliz e Santo Natal!
- SANTO
NATAL! – Responderam todos os brinquedos e as crianças tão felizes.
Paulo
Gonçalves